Elas podem ser transmitidas por meio da água sem tratamento, de alimentos contaminados, mãos mal higienizadas, contato com fluidos corpóreos, sangue ou relação sexual sem proteção. As hepatites virais (A, B, C, D e E) são o foco da Campanha Julho Amarelo, que alerta para a prevenção e importância do diagnóstico precoce.
Para Michelle Harriz, hepatologista do Sistema Hapvida, a maior arma contra as hepatites é a informação. “Sabendo que elas existem e podem trazer um grande dano ao organismo como insuficiência hepática – com necessidade de transplante de urgência -, ou ainda cirrose e câncer no fígado, saberemos o quão importante é prevenir e tratar para evitar a disseminação dos vírus, que necessitam se replicar no organismo humano”.
A especialista explica, que a realização de exames de rotina com coleta de sorologia devem ser feitos mesmo nas pessoas que não apresentem sintomas. “Assim podemos, por exemplo, detectar e tratar de forma precoce a hepatite C antes que cause complicações como cirrose e câncer primário do fígado.” A hepatologista destaca ainda que existem vacinas para as formas A e B da doença, sendo que apenas a última está disponível pelo Programa Oficial de Vacinação.
Prevenção
Além das vacinas para alguns tipos de vírus, é importante adotar medidas como usar preservativo em todas as relações sexuais, ter muito cuidado com a água e alimentos consumidos, que devem ser bem higienizados. Outra dica é não compartilhar objetos como seringas, alicates de unha, ou lâminas. Lavar as mãos antes das refeições e após usar o banheiro.
Formas de contágio
Segundo a especialista, grande número das hepatites A e E está relacionado ao consumo de água sem tratamento, falta de higienização das mãos e dos alimentos. Já a B e C têm a maior forma de contaminação vinculada ao contato de substâncias corpóreas e sangue. “A hepatite B ainda tem a transmissão sexual como forma importante de contágio, que pode ser evitada com o uso de preservativos. Ambas ainda podem ser relacionadas entre os usuários de drogas, que compartilham seringas e outros dispositivos para o uso das substâncias injetáveis e inalatórias”. A hepatologista destaca ainda que na hepatite B o câncer de fígado pode surgir mesmo sem que exista cirrose. Por último, a hepatite D, relacionada à coinfecção da hepatite B, ou seja, o indivíduo foi infectado por duas variantes ao mesmo tempo. “Portanto, se a pessoa se vacinou contra o vírus da hepatite B, ela não estará suscetível a essa coinfecção com maior gravidade”, explica.