Ainda não há uma causa definida, mas mudanças no padrão alimentar e maior consumo de álcool entre os mais jovens podem ser fatores de risco
Dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES‑SP) mostram que o atendimento ambulatorial e hospitalar a pacientes com leucemia mieloide cresceu de 898, em 2023, para 1.185, em 2024, entre jovens de 20 a 24 anos, o que representa um aumento de cerca de 31 %. A tendência também se repete em outras faixas etárias: de 30 a 34 anos, os casos passaram de 1.997 para 2.332 (alta de 16,7 %) e, de 35 a 39 anos, de 2.879 para 3.022 (alta de 4,9 %).
O médico Wellington Fernandes Silva, hematologista do Grupo de Leucemias Agudas do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), observa que a ampliação do atendimento entre adolescentes e jovens adultos acompanha estatísticas americanas, europeias e nacionais. Segundo ele, ainda não há uma causa definida, mas mudanças no padrão alimentar e maior consumo de álcool entre os mais jovens podem ser fatores de risco.
O especialista destaca que a detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. “No passado, muitas pessoas morriam antes mesmo de saber que tinham leucemia. Hoje, com a melhora dos serviços de saúde e o avanço da tecnologia, conseguimos diagnosticar a doença mais cedo, o que aumenta as chances de cura”, afirma Wellington Fernandes Silva.
No total, o Estado de São Paulo registrou 598.680 internações hospitalares por leucemia mieloide nos dois anos avaliados, sendo 290.121 em 2023 e 308.559 em 2024; e 1.914.370 procedimentos clínicos ambulatoriais no mesmo período (916.480 em 2023 e 997.890 em 2024). Esses números refletem tanto o crescimento da demanda quanto o esforço do sistema público de saúde para acompanhar e tratar os pacientes.