Modelagem da Informação da Construção (BIM) foi foco entre discussões de arquitetos e urbanistas na Conferência Internacional CAU 2025
A aplicação do Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da Informação da Construção, foi tema central de dois painéis da Conferência Internacional CAU 2025, realizada entre os dias 4, 5 e 6 de setembro em Brasília. A tecnologia, que moderniza processos na Arquitetura, Engenharia e Construção, foi debatida tanto sob a perspectiva da atuação do BIM Fórum Brasil (BFB) quanto no contexto da Estratégia BIMBR do Governo Federal.
O presidente do BFB, Rodrigo Koerich, apresentou as frentes estratégicas da entidade, que há cinco anos reúne organizações para fomentar a adoção do BIM. “Estamos realizando mapeamento da transformação digital, avaliando a adoção de BIM nas empresas e unindo os esforços de todos os agentes da cadeia produtiva da construção para otimizar as iniciativas”, explicou.
Entre as ações, o coordenador do Grupo “Estrutura de Objetivos Educacionais e Competências BIM” do Fórum, Ricardo Bianca, destacou os conteúdos voltados à formação profissional e às diferentes competências necessárias ao setor. Ele anunciou ainda a realização de três oficinas para arquitetos durante a Conferência. Já a arquiteta e urbanista Karina Matias apresentou os guias produzidos pelo grupo de trabalho, como os de Coordenação de Projetos e Planejamento Pré-projeto.
A analista do Sebrae Nacional, Renata Cândida, reforçou o papel da entidade no acesso democratizado ao BIM para micro e pequenas empresas. “Estamos com foco no acesso democratizado de BIM para micro e pequenas empresas, realizando diagnósticos, promovendo a maturidade digital, porque sabemos que BIM é mais que tecnologia, é estratégia de futuro, pois é instrumento de política pública, produtividade e sustentabilidade”, disse.
No âmbito do setor público, representantes de órgãos federais mostraram como a Estratégia BIMBR vem sendo implementada, com participação de nove ministérios em um Comitê Gestor responsável por regulamentar e normatizar o uso da ferramenta.
A coordenadora de Ações de Desenvolvimento Industrial do MDIC, Alessandra Teixeira, apresentou a atuação dos cinco grupos de trabalho voltados à gestão de ativos e à integração em programas habitacionais. “Criamos eixos e diretrizes para supervisionar a aplicação da Lei nº 11.888/2024, que moderniza o setor da construção civil, e agora estamos realizando um diagnóstico do uso do BIM nos órgãos e entidades da administração pública”, explicou.
Já a coordenadora-geral de Informações e Monitoramento de Obras do MGI, Giovanna Ferreira, destacou a estruturação do setor público para utilização do BIM, com capacitações e uso de plataformas como Obras.gov, Transfere.gov e Rede de Parcerias. “Utilizamos essas plataformas para conseguir alcançar todos os estados e municípios com mais eficiência, executando obras de maneira descentralizada e com efetividade”, afirmou.
Na Caixa Econômica Federal, os arquitetos e urbanistas Nina Farnese e Carlos Eduardo Gomes Carneiro mostraram como a instituição tem avançado na aplicação da modelagem em projetos de infraestrutura. “Sabemos que nosso trabalho pode transformar a vida das pessoas, como apoio à execução das políticas do governo, por isso, quanto mais eficiente, mais alcance”, disse Nina. Já Carlos Eduardo lembrou que a Caixa iniciou projetos pilotos com BIM em 2013, no Centro Paralímpico. “Hoje, os projetos recebidos com modelagem BIM têm sido aprovados com mais rapidez”, completou.