Jorginho Avalo tinha 60 anos e foi atacado num mata de Touro Morto, região de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul
Um caseiro de 60 anos morreu após ser violentamente atacado por uma onça-pintada numa mata dentro do Pantanal, em Touro Morto, região de Aquidauana, Mato Grosso do Sul. Partes do corpo de Jorginho, como era conhecido Jorge Avalo, foram localizadas pela Polícia Ambiental, durante uma expedição com voluntários na manhã de terça-feira, dia 22.
Ele vivia sozinho num rancho de pesca às margens do rio Miranda, local muito frequentado por pessoas que gostam de praticar a pesca. O seu desaparecimento foi percebido por um guia de pesca que foi à residência dele em busca de mel. Sem sinal do caseiro, ele encontrou vestígios de sangue em uma passarela e pegadas de onça. As evidências foram imediatamente reportadas à Polícia Militar Ambiental e vídeos com imagens do local se espalharam nas redes sociais.
De acordo com as informações do site Fauna News, a cintura com as pernas de Jorge foi encontrada a cerca de 280 metros do rancho, em um capão de mato com sinais evidentes da presença de um grande felino. Conforme observou o biólogo Gustavo Figueiroa, do Instituto SOS Pantanal, “não temos dúvidas mais, foi um ataque. A onça atacou o homem como uma presa e o carregou até um lugar mais tranquilo, mais isolado. A Polícia Militar chegou a encontrar a onça no local, a mesma esboçou ir para cima da equipe, porém foi afugentada”, comentou.

Predação muito eficiente
Para o biólogo Henrique Abrahão Charles, que concedeu entrevista ao site Metrópole, os vídeos disponíveis sugerem que houve um momento de perseguição antes do ataque. Ele explicou na reportagem que a onça-pintada tem um método de predação muito eficiente, que inclui morder diretamente o crânio da presa — uma técnica diferente da usada por outros felinos, que normalmente atacam a garganta ou a nuca.
“Tudo indica que houve esmagamento do crânio. Isso sugere que a morte foi rápida e sem dor. O impacto de uma mordida como essa é suficiente para causar inconsciência ou morte imediata”, afirmou Henrique.