Religioso de 67 anos pode recorrer da decisão em liberdade. Abusos ocorreram por cinco anos, informa a reportagem
Uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo noticiou a condenação do padre Antônio de Souza Carvalho, de 67 anos, a 26 anos e oito meses de prisão por estupro de um coroinha na cidade de Penápolis, que fica 115 km de Marília. Segundo a sentença, foram registrados pelo menos dez episódios de abusos que ocorreram de 2009 a 2014. O religioso tem o direito de recorrer da decisão em liberdade. A defesa do padre não foi localizada pela reportagem da Folha de S. Paulo, e a Diocese de Lins, à qual ele pertence, informou que o religioso foi afastado de seu ministério.
Conforme a sentença da 1ª Vara de Penápolis, os abusos teriam iniciado quando a vítima tinha 13 anos. Na época, o adolescente havia começado a frequentar a paróquia Sagrada Família, onde passou a atuar como coroinha e a ajudar o padre na organização de missas. A maior parte dos abusos, segundo o processo, aconteceu durante os trajetos de carro para as celebrações em áreas rurais. Durante os percursos, o padre teria passado as mãos nas pernas e partes íntimas do adolescente.
Apesar de os crimes terem ocorrido há mais de uma década, a vítima só denunciou o caso em 2023. Ao ser interrogado, o padre, que também é conhecido como padre Toninho, negou as acusações, afirmando que seu “gesto carinhoso” se resumia a abraços e beijos e que jamais tocou nas partes íntimas do adolescente. Em nota, a Diocese de Lins, que tomou conhecimento da condenação por meio da imprensa, comunicou que o sacerdote foi afastado de suas funções e que um processo penal administrativo está em andamento.
O padre Antônio atuou na paróquia Sagrada Família a partir de 2001 e recebeu o título de cidadão penapolense em 2007. Posteriormente, ele foi transferido para as cidades de Reginópolis e Luziânia, no interior de São Paulo. De acordo com a diocese, ele segue no quadro do clero, mas sua localização atual não foi divulgada. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) optou por não se manifestar sobre o assunto, e o Vaticano não respondeu à reportagem.