Aos gritos de ‘os golpistas não passarão’, os novos chefes da Aeronáutica, Marinha e Exército foram empossados
O presidente da Bolívia, Luis Arce, reagindo à tentativa de golpe de Estado iniciada na tarde desta quarta-feira (26) trocou o alto comando das Forças Armadas. “Que nossos próceres da libertação e nossos herois os abençoem ou os castiguem. Ficam posicionados como comandantes das Forças Armadas Nacionais da Bolívia”, disse Arce, em cerimônia ocorrida na Casa Grande del Pueblo, a sede de governo da Bolívia. Aos gritos de “os golpistas não passarão”, os novos chefes da Aeronáutica, Marinha e Exército foram empossados.
“É uma grande satisfação ocupar o comando das Forças Armadas, por isso agradecemos o irmão presidente por confiar em nós. É uma situação especial porque ninguém deseja ver as imagens que estamos vendo. É por isso que na minha condição de comandante geral do Exército peço, ordeno, disponho que todos os que estaão mobilizados nas ruas devem retornar às suas unidades”, disse o novo comandante do Exército, José Wilson Sánchez Velázquez.
Arce cobrou ainda que os militares respeitem “não somente a Constituição política do Estado, mas o comando militar. Essa cadeia de mando não pode ser rompiada, pois isso está constitucionalmente proibido e os militares precisam respeitar a nossa Contituição política do Estado”.
Golpista
O ex-comandante do Exército Boliviano Juan José Zúñiga é visto como a principal liderança da tentativa de golpe contra Luís Arce. Zúñiga foi afastado do cargo que ocupava desde 2022 na terça-feira (25), após ameaçar o ex-presidente Evo Morales. O militar de alta patente se opõe à candidatura Morales para disputar as eleições do ano que vem.
Em declarações recentes ele chegou a dizer que Morales “não pode mais ser presidente deste país” e afirmou que estaria disposto a oferecer a vida “pela defesa e unidade da pátria”. Nesta quarta-feira (26), Zúñiga liderou um levante na Plaza Murillo em La Paz e, acompanhado de seus seguidores, invadiu o Palácio Presidencial.
Em 2013, foi acusado de desvio e roubo de mais de 2,7 milhões de pesos bolivianos. A verba deveria ser destinada ao pagamento de programas sociais. O militar foi punido com sete dias de prisão por desfalque e falsificação de documentos. [fonte: Brasil de Fato]