Seis obras de Tarsila do Amaral desembarcam em Paris para mostras na Europa

‘Operários’ e mais cinco quadros do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado São Paulo estarão em duas exposições, na França e Espanha

Seis obras de Tarsila do Amaral, incluindo o quadro “Operários”, foram enviadas para Paris no domingo (29). As pinturas farão parte de duas exposições de arte, uma na capital francesa, e outra na Espanha, entre outubro de 2024 e junho de 2025. As obras pertencem ao Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo de São Paulo.

A primeira mostra será no Musée du Luxembourg, de 9 de outubro de 2024 a 2 de fevereiro de 2025, com curadoria de Cecilia Braschi. De lá, os trabalhos da artista modernista seguirão para o Guggenheim Museum Bilbao, na Espanha, onde ficarão em cartaz de 21 de fevereiro de 2025 a 8 de junho de 2025, sob a curadoria de Geanine Gutiérrez-Guimarães.

“Estamos super animados em ver a Tarsila conquistando o mundo e indo para dois grandes museus do exterior e divulgando ainda mais a obra de uma das nossas pintoras mais importantes”, diz Rachel Vallego, curadora do Acervo dos Palácios.

O clima no transporte das obras de arte

O esquema de transporte e exposição das obras de arte exigiu um esquema especial de segurança adotado para empréstimo de obras, com critérios rigorosos sobre clima, temperatura, luminosidade e umidade do espaço expositivo. Esse é o chamado facility report, em que o museu informa as condições técnicas nas quais recebe as obras.

Fatores como clima, temperatura, luminosidade e umidade têm impacto na conservação de obras de arte. Por exemplo, a exposição prolongada à luz ultravioleta pode desbotar cores e degradar materiais da pintura. No caso, todas as obras emprestadas estão protegidas com vidro-museu ou acrílico-museu, o que também contribui na proteção contra os raios UV.

A instituição também fica responsável pela contratação do seguro para a obra e pelo transporte especializado. Enquanto isso, o detentor dos quadros se encarrega de preparar a obra para a coleta.

A restauradora Adriana Pires, que comanda o laboratório de restauração do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, elaborou os laudos técnicos, além de vistoriar e higienizar a obra. O Acervo também verifica se as embalagens seguem padrões museológicos para transporte sob medida.

Avião para obras de arte

As caixas com as obras deixaram o Palácio dos Bandeirantes em embalagens lacradas em caminhões e seguiram ao aeroporto de Viracopos, em Campinas, para o transporte aéreo, trabalho acompanhado pela restauradora Adriana Pires, que também monitora a instalação da obra na exposição.

Durante todo o período em que a obra estiver emprestada, ela é segurada sob responsabilidade do museu que a pediu, que se compromete a cumprir as normas museológicas de conservação. Quando a exposição acabar, as obras passam novamente pelo procedimento de embalagem e transporte, para retornar ao Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo.

O empréstimo de obras é uma prática comum entre museus. Neste ano de 2024, o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo já realizou quatro empréstimos de suas obras. No caso, a viagem das obras de Tarsila será a primeira internacional deste ano, a ser feita pelo Acervo.

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