Universidades mundo afora celebram modernismo brasileiro

Teve início na Espanha, em fevereiro, o Congresso Intercontinental Modernismo Brasileiro – 100 anos, uma iniciativa que reúne 11 instituições de ensino em seis países diferentes – além da Espanha, fazem parte Brasil, Portugal, Angola, França e Itália. E é neste último que será realizada, em Perugia, a próxima etapa da celebração mundo afora do movimento modernista brasileiro.

Neste trecho do percurso, participa a professora, pesquisadora e autora da Editora Unesp Vera Lúcia de Oliveira, que vai integrar diversas mesas-redondas ao longo do ciclo de palestras Realidade e Utopia no Modernismo Brasileiro. De sua autoria, a Editora Unesp publicou Poesia, mito e história no Modernismo brasileiro – 2ª edição, obra com mais de 300 páginas que conta com a análise de textos fundamentais da poesia modernista brasileira, mostrando como se cumpriu a difícil tarefa de aliar as peculiaridades e heranças de uma cultura com o tratamento de valores e questões universais.

“A escolha do tema está ligada ao meu interesse pela poesia do século XX, sobretudo a dos Modernismos brasileiro e português que tanto marcaram, pelas radicais propostas e novidades, os percursos literários e artísticos dos dois países”, pontua a autora. “No Modernismo brasileiro, além disso, a individualização de novas linguagens, em consonância com as transformações da sociedade, conjugou-se à necessidade de redefinição de uma identidade cultural que abrangesse todos os segmentos sociais do país, alguns até então marginalizados ou não suficientemente considerados.”

Vera Lúcia de Oliveira participa de painéis nos dias 7, 21 e 22 de abril de 2022. O evento será transmitido ao vivo e pode ser ser acessado por meio de QR Code nesta página – a programação completa, com os horários de cada mesa, também está aqui, ao final da página.

Sobre o congresso

O CIMBr–100Anos une numa aliança de colaboração onze instituições de cinco países em três continentes, a saber: Brasil (Universidade Estadual Paulista – Unesp, Universidade Federal de Rondônia – Unir e Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC); Espanha (Universidad Complutense de Madrid – UCM e a Asociación de Profesores de Lengua Portuguesa en España – Aplepes); Portugal (Universidade Aberta, Universidade Fernando Pessoa e Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias – Clepul, da Universidade de Lisboa); Itália (Universidade de Pádua e Universidade de Perugia); e Angola (União dos Escritores Angolanos – UEA). No transcurso de 2022, cada país organizará atividades que estarão incluídas nas comemorações dos 100 anos da realização da Semana de Arte Moderna, marco de início do modernismo brasileiro, que teve lugar de 13 a 18 de fevereiro de 1922, em São Paulo.

Momento de ebulição de ideias e vanguardas artísticas, a Semana, idealizada por nomes como Oswald e Mário de Andrade e Di Cavalcanti, ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo (foto à esq.) e foi marcada por apresentações de dança, música, recital de poesias, palestras e exposição de obras de pintura e escultura.

A reação de grande parte da sociedade foi de choque e espanto diante das propostas de renovação artística que o movimento propunha e marcou a Arte Brasileira. Dada a abrangência do movimento modernista e o legado deixado, o CIMBr–100Anos pretende proporcionar uma visão geral dessa etapa que revolucionou diversos campos do saber e serviu de referência para criadores futuros. Fomenta-se, assim, a participação de professores e pesquisadores de distintos países e de distintas áreas de conhecimento, como Literatura, Artes Plásticas, Arquitetura, Música, Dança, Cinema e Fotografia, a fim de alcançarmos uma representação artístico-cultural mais ampla e heterogênea do que significou o modernismo e da sua influência nas vanguardas que lhe sucederam nesses três continentes.

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