Há 20 anos, sob o comando de Osvaldo Alvarez, o Vadão, o Mogi Mirim fazia história com o time que ficou conhecido como ‘Carrossel Caipira’. Na temporada em que completa nove décadas desde a sua fundação -completos nesta terça-feira, 1º de fevereiro-, o clube sonha em retornar ao cenário de elite do futebol e, ao mesmo tempo que tem a modernidade como premissa, tem a história como inspiração. CEO do clube, Wilson Matos falou sobre ambições e referências na retomada do futebol mogi-miriano.
“A gente está trabalhando com uma gestão de clube-empresa, uma gestão onde nós temos regras, protocolos, orçamentos e a gente vai seguir à risca, não vamos atropelar o processo, vamos ter pé no chão. Lógico que a gente tem o objetivo maior sim, de conquistar o acesso, mas a gente tem a realidade que isso não depende da gente”, disse Matos. “Vamos mudar a estrutura para que venha todos os acessos. Estrutura vem da parte administrativa, que passa para o futebol, que passa para a comissão técnica, que estará no comando do campo, para a gente alcançar os objetivos do ano”, completou o gestor que é empresário e tem experiência como treinador de times de base nos Estados Unidos.
O maior objetivo é recolocar o Mogi Mirim na elite do futebol de São Paulo, feito possível aos olhos de Wilson Matos. “Não quero reinventar a roda. Se o Água Santa conseguiu, por que eu não posso? Eu estudei bastante o clube, estudei como foi feito cada acesso. Eu sou uma pessoa estudiosa, vejo quem conseguiu. Não vou ficar iludindo a torcida, vou sempre trabalhar com o orçamento, mas o orçamento real da série em que estaremos. Não acho loucura falar que daqui cinco anos estaremos de volta à Série A1. É para isso que eu estou me envolvendo, gosto de projetos grandes”, garantiu.
Para tanto, Matos tem entre tantos planos, a reestruturação física do clube. “A gente está fazendo um projeto de reestruturação do edifício, dos alojamentos, reformando toda a estrutura para receber os jogadores da base e do profissional. Estamos reabrindo o CT de Mogi Guaçu depois de seis anos. Estamos pensando na estrutura para ter um negócio 100% profissional”, garante.
Referências históricas
Uma das características de Osvaldo Alvarez, o Vadão, era o projeto baseado em ‘mini-metas’ semanais ou por rodadas. O conceito faz parte do crescimento profissional de Wilson Matos. “A gente tem pequenas metas semanais, que a gente cobra mensal, a cada trimestre, a cada semestre… Podemos daqui um ano falar que conseguimos porque atingimos as metas semanais. É o jeito que eu levo a minha empresa, que começou comigo e com o meu irmão nos Estados Unidos do nada e hoje é uma empresa que tem até sede aqui no Brasil”, disse Matos.
Outra característica marcante de Vadão em sua passagem pelo Mogi Mirim foi o estilo de jogo. Com referência no ‘Carrossel Holandês’ que fez história na década de 1970, o ‘Carrossel Caipira’ de Vadão primava pela movimentação e qualidade técnica dos jogadores. No que depender do CEO do clube, este estilo estará no clube em seu retorno.
“Trouxemos um técnico de fora, que é o Mavi Lopes, que foi treinador na Tailândia, e ele veio porque ele tem a filosofia de quem morou fora, que está pensando em um projeto de longo prazo, mas também sabendo o conceito das metas, entendendo que a gente quer usar uma filosofia muito parecida com a do ‘Carrossel Caipira’ e ele mostrou como faria isso acontecer. Então, isso vai ligar muito o Mogi Mirim deste ano com aquele do Vadão”, acredita Matos, que aposta na camisa do clube como símbolo importante da retomada. “Começando com o trabalho de marketing da camisa, que é daquela geração. As cores, os modelos, os detalhes, tudo é para trazer essa lembrança”, salienta.