Marcelo Mantelli, vice-presidente da diretoria da associação comercial, comenta sobre o impacto do tarifaço no comércio
O vice-presidente da Associação Comercial e de Inovação de Marília, Marcelo Marcos Mantelli, recebeu com otimismo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), que mostram as vendas no comércio em geral crescerem 0,2% na passagem de julho para agosto, interrompendo quatro meses seguidos de queda. Já em relação ao mesmo período do ano passado, houve alta de 0,4%.
“Setor acumula alta de 2,2% em 12 meses, segundo o IBGE, que indica que o levantamento não identificou efeitos aparentes do tarifaço americano, que encarece produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos”, disse o dirigente de Marília, ao comentar que o desempenho do setor ter ficado no terreno positivo, pois, o IBGE considera o movimento como estabilidade por ser menor que 0,5%. “A novidade é que parou de cair, o que não representa uma virada de chave em relação aos quatro meses anteriores”, comentou.
Com o resultado, o setor fica 0,7% abaixo do ponto mais alto já registrado para o indicador (março de 2025), e 9,4% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020). Em 12 meses, o comércio varejista soma crescimento de 2,2%. Apesar de positivo, o dado acumulado mostra tendência de desaceleração desde dezembro de 2024, quando chegou a marcar 4,1%. Cinco dos oito segmentos pesquisados apresentaram alta na passagem de julho para agosto: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,9%); Tecidos, vestuário e calçados (1%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,7%); Móveis e eletrodomésticos (0,4%); Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,4%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,1%); Combustíveis e lubrificantes (-0,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%).
Marcelo Marcos Mantelli comenta que o desempenho do setor de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação foi influenciado positivamente pela desvalorização do dólar frente ao real, que deixa produtos com componentes importados mais baratos no Brasil. No segmento de calçados, as vendas receberam efeitos positivos do Dia dos Pais, e um dos fatores que ajudaram no desempenho de julho para agosto foi a inflação, que ficou negativa em agosto (-0,11%). “Apesar dos juros altos, que encarecem o crédito, houve aumento no volume de empréstimos para pessoas físicas (+1,5% ante julho) – o que favorece o consumo”, falou o vice-presidente da diretoria da Associação Comercial e de Inovação de Marília.
No comércio varejista ampliado, que inclui atividades de atacado, veículos, motos, partes e peças; material de construção; e produtos alimentícios, bebidas e fumo, as vendas cresceram 0,9% de julho para agosto e subiram 0,7% no acumulado de 12 meses. A pesquisa do IBGE representa um conjunto de 6.770 empresas em todo o país. De acordo com Cristiano Santos, o levantamento não identifica efeitos aparentes do tarifaço americano, que encarece alguns produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.