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Welles e Camus no Brasil: o que esses dois gênios vieram fazer para cá?

De encontros inusitados a inspirações artísticas, o Brasil foi palco de passagens marcantes de grandes nomes da cultura mundial

por Ramon Barbosa Franco

O Brasil, terra de belezas naturais e efervescência cultural, serviu de cenário e inspiração para alguns dos maiores nomes da arte e do pensamento do Século XX. De Albert Camus, o laureado Nobel de Literatura, a Orson Welles, o revolucionário cineasta, o país deixou marcas em suas trajetórias, e, por vezes, esses encontros geraram histórias tão fascinantes quanto suas obras.

As duas viagens de Camus: do litoral paulista ao conto imortal

Albert Camus, o aclamado autor de “A Náusea” e “O Estrangeiro”, visitou o Brasil em duas ocasiões. A mais notável delas ocorreu quando o escritor francês passou pelo litoral paulista, em companhia do icônico Oswald de Andrade. Em uma de suas andanças, Camus presenciou a singular “procissão da pedra que cresce”, um evento que o marcou profundamente. Devido à grande afluência de visitantes, a cidade estava abarrotada, e o inusitado se fez presente: Camus e Oswald de Andrade precisaram se hospedar em um hospital. Foi nesse contexto peculiar que o ambiente e as experiências brasileiras se infiltraram na mente de Camus, inspirando-o a redigir um de seus contos, eternizando a passagem pelo solo brasileiro em sua obra.

O legado oculto de Orson Welles em Ouro Preto

Outro gigante da cultura que teve o Brasil em seu roteiro foi Orson Welles, o genial cineasta por trás do clássico “Cidadão Kane”. Recentemente, descobertas surpreendentes revelaram imagens e gravações inéditas que Welles realizou em Ouro Preto, Minas Gerais. Essas imagens, até então desconhecidas, prometem lançar uma nova luz sobre a visão do cineasta sobre a cultura e a gente brasileira, reafirmando a riqueza dos intercâmbios culturais que o país proporcionou.

Marília: Cidade Símbolo de Amor e Liberdade e o encontro com gênios

A presença de grandes nomes no Brasil não se restringe às grandes capitais. Cidades do interior, como Marília, São Paulo, também foram palco de momentos singulares com figuras de projeção nacional. O dramaturgo Plínio Marcos, autor de “Navalha na Carne”, é um dos nomes que cruzaram os caminhos da cidade.

E a inspiração brotou de forma ainda mais poética em Marília. O cantor Caetano Veloso, ao sair de um restaurante na rua Quatro de Abril e se deparar com a garoa caindo sobre o centro da Cidade Símbolo de Amor e Liberdade, cunhou o termo “Parília”, uma fusão de “Paris” com “Marília”, evidenciando a atmosfera charmosa e acolhedora da cidade.

Outro momento memorável envolveu o cantor e compositor Moraes Moreira. Com seu ônibus quebrado em plena praça Saturnino de Brito, Moreira teve a oportunidade de ler no prédio da Câmara Municipal a frase: “Marília, Cidade Símbolo de Amor e Liberdade”. Essa frase inspiradora, lida por acaso, deu origem a uma de suas músicas mais conhecidas, um belo tributo à cidade.

Araraquara: quase encontro de existencialistas e o rei do futebol

Até mesmo um quase encontro épico marcou a passagem de outros gigantes do pensamento pelo Brasil. Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, o casal existencialista mais famoso do mundo, tiveram uma rápida passagem por Araraquara. Em uma rua da cidade, por pouco não ocorreu um esbarrão histórico entre os pensadores franceses e o rei Pelé, que estava na cidade com o time do Santos para um confronto contra a Ferroviária. Essas passagens de gênios pela terra brasileira demonstram a capacidade do país de inspirar, fascinar e deixar sua marca em mentes brilhantes, consolidando o Brasil como um palco vibrante de intercâmbios culturais e momentos inesquecíveis.

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