Publicação foi compartilhada na noite desta terça-feira, mas excluída em seguida
Após deixar o Brasil nas vésperas da transmissão de cargo e menos de três dias após os atos antidemocráticos, o ex-presidente Jair Bolsonaro – que permanece nos Estados Unidos – utilizou suas redes sociais para compartilhar mentiras. Fake news contestando o resultado eleitoral – o mesmo pleito que elegeu o Congresso em sua maioria alinhado ao ex-presidente e governadores com identidade bolsonarista, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas – protagonizou o perfil do ex-mandatário.
“Lula não foi eleito pelo povo e sim escolhido pelo serviço eleitoral junto a ministros do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)” informa a postagem duvidosa e sem qualquer fonte segura de informação. Rapidamente, a publicação viralizou, contudo, foi apagada logo depois. Bolsonaro, que esteve internado após sentir fortes dores abdominais, compartilhou uma entrevista do procurador do Estado do Mato Grosso do Sul, Felipe Gimenez, que contesta o resultado das urnas. Gimenez é um apoiador declarado do ex-presidente do Brasil.
O ex-metalúrgico e ex-presidente do Brasil por dois mandatos, Luiz Inácio Lula da Silva, venceu as eleições presidenciais de 2022 nos dois turnos que disputou, deixando o então presidente do país, capitão reformado do Exército, Jair Messias Bolsonaro, em segundo lugar. O resultado eleitoral, no segundo turno, ficou assim: 60.345.999 votos para Lula (50,9% dos votos válidos) ante 58.206.354 votos para Bolsonaro (49,1% dos votos válidos). Esta foi a menor margem de diferença entre os dois candidatos finalistas desde a redemocratização do Brasil, em 1985.
A presença de Bolsonaro nos Estados Unidos, após os atos terroristas e antidemocráticos do domingo, 8 de janeiro de 2023, vem sendo questionada por parte do Congresso Norte-Americano. Alguns congressistas já pressionam o presidente Joe Biden a iniciar o processo de extradição do ex-presidente. Bolsonaro, por sua vez, se limitou a declarar de forma dúbia sua posição diante do terrorismo praticado na Praça dos Três Poderes e nas sedes do Parlamento, Executivo e Justiça do Brasil. Da mesma forma, está dando a entender que poderá antecipar sua volta ao Brasil.
Acampamentos de manifestantes em torno de quartéis no Brasil todo – inclusive no Tiro de Guerra de Marília, onde se alistam jovens de 18 anos para o serviço militar obrigatório – foram desmontados. Brasília passa por intervenção federal na Segurança Pública e o então governador Ibaneis Rocha acabou afastado pelo Supremo Tribunal Federal. Manifestantes seguem detidos e irão responder pelo crime de tentativa de golpe de Estado.
