Dom Hélder Câmara entra para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

Poeta e humanista, publicou mais de 20 livros e escreveu milhares de cartas, crônicas e mensagens. Sua atuação em favor dos pobres e o enfrentamento à violência do Estado lhe renderam quatro indicações ao Prêmio Nobel da Paz

O nome de Dom Hélder Pessoa Câmara foi incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que homenageia personalidades que contribuíram para a construção do Brasil. A medida foi oficializada pela Lei Nº 15.242, sancionada pelo presidente em exercício Geraldo Alckmin e publicada na quarta-feira, dia 29 de outubro de 2025, no Diário Oficial da União. O projeto que deu origem à lei foi apresentado pelo senador Fernando Dueire (MDB-PE) e aprovado no Senado em agosto de 2023.

Nascido em Fortaleza, capital do Ceará no ano de 1909, Dom Hélder foi bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife e um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Conhecido como o “Dom da Paz”, destacou-se na defesa dos direitos humanos e da justiça social, especialmente durante o regime militar.

Poeta e humanista, publicou mais de 20 livros e escreveu milhares de cartas, crônicas e mensagens. Sua atuação em favor dos pobres e o enfrentamento à violência do Estado lhe renderam quatro indicações ao Prêmio Nobel da Paz.

Legado de fé, coragem e compromisso social

Durante as décadas de 1960 a 1980, Dom Hélder tornou-se uma das vozes mais influentes da Igreja na América Latina, denunciando desigualdades e inspirando movimentos populares e pastorais sociais. Nos anos 1990, lançou a campanha “Ano 2000 Sem Miséria”, propondo um pacto global para erradicar a pobreza no século 21. Faleceu em 1999, aos 90 anos, em Recife, e foi sepultado na Catedral da Sé, em Olinda. Em 2015, o Vaticano abriu o processo de beatificação e canonização do religioso.

Sua trajetória de vida marcante, inspirou grandes líderes religiosos, incluindo o cardeal Jorge Bergoglio, argentino que no período de 2013 a 2025 conduziu os rumos da Igreja Católica como Papa Francisco.

O “Livro de Aço” e a memória nacional

Criado em 1992, o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria — conhecido também como “Livro de Aço” — é formado por páginas de aço com os nomes e breves biografias dos homenageados. Reconhecido como Patrimônio Cultural Material do Brasil, o livro está em exposição permanente no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Ali estão registrados nomes como Zumbi dos Palmares, Anita Garibaldi, Chico Mendes, Clarice Lispector e Paulo Freire — e agora também o de Dom Hélder Câmara, símbolo da fé, da resistência e da esperança cristã no Brasil.

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