Depois de sinalizar que não deixaria o Palácio dos Bandeirantes, o governador João Dória (PSDB), manteve nesta quinta-feira, dia 31 de março, sua candidatura a presidente da República. Em tom de despedida, o discurso realizado nesta tarde destoou das primeiras informações da manhã, que davam conta que o empresário e jornalista Dória não renunciaria ao governo paulista para concorrer ao Palácio do Planalto.
“Estamos numa disputa de rejeitados”, declarou nos momentos finais do discurso ao se referir que o eleitorado brasileiro não estaria propenso a votar nem no presidente Jair Bolsonaro, que irá tentar a reeleição, e muito menos no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que após cumprir prisão em Curitiba, reobteve seus direitos políticos após anulações de sentenças.
Dória deverá deixar o cargo dentro dos próximos dias e no dia 2 de abril, sábado, o governo do Estado mais rico e populoso do Brasil passará a ser exercido pelo atual vice-governador Rodrigo Garcia, liderança de São José do Rio Preto que já exerceu vários cargos políticos, incluindo o de presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo quando foi deputado estadual.
Antes de iniciar o discurso de despedida, realizado na sede do governo paulista – onde estava ocorrendo um seminário com representantes de quase 620 cidades do Estado de São Paulo, um vídeo institucional resumiu três anos e três meses do governo João Dória. O governador citou satisfação e paz, além de enaltecer a presença de Garcia no seu governo. “São Paulo teve o privilégio de ser governado por dois governadores”, disse.
Dória mantem a tradição de governadores paulistas que abdicam de suas funções para a corrida eleitoral – só Mário Covas não fez este movimento nas últimas três décadas. Dória e todos os seus antecessores no Palácio dos Bandeirantes optaram pela corrida eleitoral no último ano de seus mandatos: José Serra e Geraldo Alckmin. Aliás, Alckmin que foi o padrinho político de Dória – o indicando para concorrer ao cargo de prefeito de São Paulo pelo ninho tucano – não foi citado pelo governador no discurso de despedida.