Jair Bolsonaro garante que respeitará os resultados das urnas e associa aproximação ao Centrão como antídoto contra a ditadura

“Você está querendo me estimular a ser ditador”, reagiu o candidato do PL à pergunta no Jornal Nacional, da Rede Globo

O presidente da República Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo Partido Liberal, participou da primeira entrevista da série com os presidenciáveis que nesta semana será realizada pelo Jornal Nacional, da Rede Globo. Durante 40 minutos, o ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro respondeu as perguntas elaboradas pelos jornalistas e apresentadores William Bonner e Renata Vasconcelos. Bolsonaro foi questionado sobre o comportamento adotado diante da pandemia de covid-19, seu relacionamento institucional com o Poder Judiciário, representado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e temas ligados à economia, preservação da Amazônia e as alianças assumidas com partidos situados ao centro no colegiado político do Congresso Nacional.

“Você está querendo me estimular a ser ditador”, reagiu Bolsonaro ao receber a pergunta de Bonner sobre a aproximação aos partidos do chamado ‘Centrão’, legendas que, geralmente, adotam práticas mais fisiológicas do que ideológicas em troca de apoio e poder. O entrevistador negou que estaria estimulando o candidato a ser ditador e, então, Bolsonaro explicou sua indagação. “Governar o Brasil sem o apoio do Centrão, que tem a maior bancada no Congresso, é o mesmo que ser um ditador”, disse.

Bolsonaro foi questionado sobre a promessa feita, nas eleições de 2018, de ser contrário ao ‘Centrão’. Hoje, no entanto, esse grupo de deputados compõe a base do seu governo. Em resposta, quando perguntado sobre a coerência do seu discurso, o presidente afirmou que seria “impossível” ter realizações sem quebrar a promessa feita há quatro anos. “O ‘Centrão’ tem 300 parlamentares. Se os deixar de lado, precisarei governar sem o parlamento. No total, são 513 deputados e 300 deles são filiados a partidos de Centro. Eu não teria número suficiente para aprovar projetos de Lei. Os partidos de Centro fizeram parte da base para aprovar reformas. Com isso, conseguimos auxílio para 20 milhões de famílias. Como vou trabalhar sem os partidos de centro?”, questionou.

Na primeira parte da entrevista, antes das declarações sobre a proximidade com o ‘Centrão’ ser uma espécie de antídoto contra a postura ditatorial de um presidente, Jair Bolsonaro afirmou que respeitará os resultados das urnas, sejam quais eles forem. O candidato lembrou situações, em eleições anteriores, onde houve questionamentos e indícios de irregulares no sistema eleitoral e urnas eletrônicas.

Ao longo dos 40 minutos de entrevista, citou a reação econômica, medidas emergenciais para a transferência de renda para amenizar a pobreza, geração de empregos e negou que exerça interferência nas decisões da Polícia Federal.

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