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Jornalismo na comunidade: Papo Reto atrai leitores da zona Sul e dá voz para população só lembrada em época eleitoral

Com até 230 mil visualizações diárias página de Facebook editada por Helinho Bissoli chama a atenção de Marília

por Ramon Barbosa Franco

Uma das postagens de domingo, dia 3 de agosto de 2025, foi direta e reta: um passageiro precisou desembolsar R$ 35 para se locomover de um bairro a outro em Marília, ao invés de gastar R$ 5,75 da passagem de ônibus. O motivo? O ônibus não passou no ponto e o prejuízo ficou para o morador. Nenhuma liderança da cidade saberia desse fato se não fosse o espaço que a página jornalística T Papo Reto, editada por Helinho Bissoli, um líder comunitário da zona Sul de Marília, forneceu para o passageiro. 

“Estamos tendo de 150 mil a 230 mil visualizações por dia”, informou Bissoli, que vem desempenhando o chamado jornalismo de comunidade  – ou de periferia, algo que cresceu muito em grandes centros urbanos, como em São Paulo e no Rio de Janeiro. Aliás, um dos modelos de jornalismo periféricos no Rio de Janeiro foi adotado com muito êxito na favela da Rocinha, uma dos maiores aglomerados urbanos do país.

Notícias diretas e assuntos pertinentes preenchem as postagens no Facebook. Há uma semana, por exemplo, o T Papo Reto noticiou quase que em primeira mão um grave acidente de trânsito na avenida João Ramalho, principal artéria de acesso aos bairros da zona Sul. Um jovem estava indo ao seu trabalho, quando, a menos de 50 metros do emprego, sofreu um grave acidente e morreu embaixo das rodas de uma carreta. Helinho, inclusive, confirmou a identidade da vítima para alguns veículos de comunicação que o procuraram para saber mais sobre o trágico fato.

A página tem 10 mil seguidores e além de notícias, Helinho posta oportunidades de emprego, dá espaço para comerciantes locais e para quem faz e vende artesanato, publica notícias do esporte e traz assuntos que afeta o cotidiano de pessoas e comunidades que só são lembradas em época de eleições, quando políticos e cabos eleitorais percorrem as ruas dos bairros e até entram nas casas. Além de cobrar melhoria no serviço de transporte coletivo – raramente utilizado pelas classes com mais estruturadas financeiramente, como à dos políticos – o T Papo Reto também está trazendo a realidade dos consumidores que não tem carro e precisam ir aos mercados. Com o fim da entrega das sacolinhas plásticas, a logística para quem faz compra a pé ficou bem mais complicada. 

“Mais uma vez a população está sendo enganada , além de ser explorada na questão sacolinhas , segundo informações que tivemos, após verificar, foi constatado que as sacolinhas verdes que estão vendendo a 0,13 centavos , é feita com o mesmo material que era feita a outra , ou seja não é biodegradável, será que nossos vereadores vão continuar calados , vendo a população ser roubada  , enganada e explorada?”, questionou outra postagem da página neste domingo, dia 3 de agosto.

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