Conhecido como Major Curió, ele comandou repressão à Guerrilha do Araguaia durante a ditadura
Morreu quarta-feira, dia 17 de agosto, aos 87 anos, o ex-deputado federal Sebastião Curió (PA), mais conhecido por Major Curió. O oficial do Exército exerceu mandato na Câmara dos Deputados entre 1983 e 1987, onde integrou as comissões de Segurança Nacional, como titular, e de Agricultura e Política Rural, como suplente, ambas em 1983.
Curió foi denunciado seis vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes de homicídio e ocultação de cadáver no combate à guerrilha. O então major foi acusado de ter um papel de destaque na ação, principalmente nas sessões de tortura contra os guerrilheiros.
A Comissão Nacional da Verdade incluiu o nome do militar em seu relatório final, em 2014, como um dos 377 agentes do País que praticaram crimes contra os direitos humanos. Exerceu um papel de protagonista na organização do então garimpo de Serra Pelada, vindo a ser eleito prefeito na cidade fundada na região anos depois. Em 2000, foi eleito prefeito de Curionópolis, no Pará, assumindo o mandato em 2001
Em maio de 1980, Curió foi designado pelo regime militar interventor em Serra Pelada, no Pará. Na ocasião, se tornou a única autoridade civil e militar da região. Curió proibiu a entrada de mulheres, cachaça e armas na zona de trabalho. O revólver dele, como costumava dizer, era o que “cantava mais alto”.