Cidade registra 154 casos de acidentes envolvendo o animal, ações de combatem continuam em todas as regiões
por Andressa Vitorino
Marília registrou 154 casos de acidentes envolvendo escorpiões entre janeiro e outubro deste ano, em várias regiões da cidade. Um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o município registrou 123 notificações envolvendo o animal. Os dados foram divulgados pela Vigilância Epidemiológica.
Para evitar a proliferação desses animais, as ações de combate ao escorpião em Marília estão sendo reestruturadas e contará com 100 agentes de endemias e 24 supervisores de saúde. Todos eles passaram por treinamento teórico, para capacitar e qualificar o trabalho realizado pelo programa municipal. A capacitação ocorreu na manhã desta terça-feira, dia 24, e nos próximos dias será dado início ao treinamento prático.
Segundo a Prefeitura, o programa contra o escorpionismo será descentralizado, com ações de controle realizadas por todos os agentes de endemias das unidades de saúde. As ações de controle serão preventivas e reativas. As preventivas implicam na vistoria e orientações sobre situações de risco para o aparecimento do artrópode (o escorpião não é um inseto, mas sim um aracnídeo, da mesma família da aranha). Ainda de forma preventiva, estão sendo realizadas vistorias nas escolas municipais.


“O escorpião naturalmente é um animal de nossa flora, que habita as regiões de mata, com o crescimento das cidades eles adentraram o meio urbano, pela oferta de alimento e abrigo disponível. Importante lembrar que venenos são ineficientes contra os escorpiões, pois ele possui capacidade de permanecer por período prolongado sem respirar ou se alimentar, até que o veneno se dissipe, gerando uma falsa sensação de segurança e favorecendo acidentes.
A prevenção consiste orientar a população sobre os cuidados para se impedir que o animal entre nas casas e quintais das residências de Marília e que nos casos que ocorram acidentes, principalmente em crianças abaixo de 12 anos de idade, o atendimento deve ser o mais rápido possível, para prevenir sintomas graves e óbito, em Marília o atendimento à criança vítima de picada de escorpião é realizado diretamente no Hospital Materno Infantil”, explicou a supervisora de Zoonoses, Vivian Martinelli Funai.
“Nesta nova dinâmica, também haverá notificações de todo o caso de aparecimento de escorpiões, relatado pela população nas unidades de saúde, para se conseguir mapear as áreas onde podem estar ocorrendo infestações, conseguindo assim realizar planos de ações específicas para estes locais. Estamos com o planejamento da implantação de uma equipe de captura noturna, para locais de infestação conhecida, como cemitérios.”, finalizou a supervisora.
Recentemente, um caso envolvendo o animal chamou atenção. No dia 29 de setembro uma criança de cinco anos, foi picada por um escorpião, na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) ‘1, 2…Feijão com Arroz’, na região Oeste. De acordo com a direção da escola, o aluno foi picado próximo ao parquinho e a suspeita é que o escorpião tenha vindo do bueiro da rua. A criança foi socorrida e já recebeu alta.
O escorpião se prolifera rapidamente em lugares escuros e úmidos, ou seja, em épocas de chuva e calor é cada vez mais comum encontrar um deles. Para prevenir, é importante evitar deixar terrenos sujos, não acumular entulho e descartar corretamente o lixo. Além disso, os escorpiões se alimentam de baratas que são atraídas por esses espaços com objetos acumulados.
Em caso de acidente com escorpião, o Ministério da Saúde recomenda que o cidadão:
- limpe o local com água e sabão;
- aplique compressa morna na região da picada;
- procure orientação imediata e mais próxima do local da ocorrência (UBS, posto de saúde e hospital de referência);
- se for possível, capture o animal e leve-o ao serviço de saúde.