Escritora e jornalista Ana Carolina Godoy faz a primeira crítica do livro ‘Quatro Patas: a história de Pituco’. Original de Tiago de Moraes das Chagas e Ramon Barbosa Franco está em fase de publicação e editora já realiza pré-venda da obra, https://www.catarse.me/pituco
por Ana Carolina Godoy
Mal iniciei a leitura de “Quatro Patas – a história de Pituco” e tive o impulso amoroso de chamar meus cães para ficarem perto de mim. A descrição detalhada de Tiago de Moraes das Chagas sobre seu cão e sua admiração, amor e gratidão por ele trouxeram, com singeleza e verdade, momentos de emoção, riso e reflexão.
A escrita se desdobra sobre a simplicidade cotidiana. E o que é a vida se não o simples desenrolar dos fatos, hora após hora, dia após dia. Tiago conta ter aprendido com Pituco o valor de cada instante e compartilha sua percepção valiosa com os leitores.
“Sua presença tranquila, com seu olhar de quem nunca se preocupava com o amanhã, mas com o agora”, relata o autor para o seu cão em uma das páginas. Algo tão precioso, trazido há milênios por grandes pensadores, explícito e exemplificado tão espontaneamente pelo amigo-cão.
Mas da mesma forma que a felicidade, a sabedoria é sutil, presente continuamente, mas para quem escolhe ver. E Tiago escolheu. Em QUATRO PATAS ele diz que enxerga Pituco de forma humanizada. Mas será que o autor humanizou o cão? Ou foi o homem que, nesta história real, caminhou na direção da criatura Cão, tão presente em nossos dias, mas nem sempre observada com atenção?
Tiago não forçou Pituco a adotar superficialidades humanas, sendo o que não é, como vemos no comportamento excessivo de muitos tutores com seus PETs. Ele fez o caminho inverso; se propôs a compreender seu cão e, além de ensinar, aprender com ele.
Talvez não tenha sido a intenção primeira deste livro, mas o autor e o coautor Ramon Barbosa Franco, deixam uma reflexão intrínseca em todo livro, através de Pituco e dos demais personagens caninos (todos reais) trazidos para a obra: Como nós, humanos, estamos nos portanto diante dessas criaturas Divinas, os cães?
Talvez, tão preocupados estejamos em ensinar, condicionar, moldar e enfeitar, que possamos estar perdendo a graça de permitir que eles sejam o que Deus os fez para ser. E, assim, aprender tanto mais com eles a ponto de que criatura humana e criatura cão sejam, ambas, mais felizes, e se fundam em crescimento mútuo.
Se Pituco foi e é o herói de Tiago, todos nós podemos receber a ajuda simples e feliz que nossos cães estão prontos a nos oferecer, escolhendo nos salvar do nosso próprio labirinto inteligente, mas tão complexo que, se por um lado, nos desenvolve, por outro, tantas vezes, nos confunde com valores equivocados.
A leitura de QUATRO PATAS é leve, mas as lições são diversas. Cabe a cada leitor se permitir algumas horas de encantamento com a história de Pituco e, naturalmente, ao terminar o livro, terá permitido que os autores e o cão te deixem alguns presentes no coração.
Ana Carolina Godoy, é jornalista diplomada, comunicadora e escritora

Pré venda do livro: https://www.catarse.me/pituco