Ex-presidente da Câmara dos Deputados lança livro ‘Tchau, querida – O diário do impeachment’ e declara sua pré-candidatura por São Paulo
Em mais de 800 páginas o ex-deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Cunha, relata os bastidores do segundo impeachment da redemocratização brasileira. Cunha, que nesta terça-feira, dia 26 de julho, esteve em Marília para lançar ‘Tchau querida – O diário do impeachment’, declarou que ainda não pode ser definido como o homem que mudou a História do Brasil. “Só iremos saber se mudei ou não a História de nosso País após as eleições deste ano”, observou. Isso porque, na ótica do ex-presidente da Câmara dos Deputados e uma das mais influentes lideranças no parlamento brasileiro quando por lá esteve, entre 2002 e 2016, caso o Partido dos Trabalhadores retorne ao Poder, seu ato de abrir o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff quase nada significará. “Agora, se o PT não retornar ao governo federal, aí sim poderei ser reconhecido sim como alguém que rompeu e interrompeu o ciclo do poder do Partido dos Trabalhadores”, sintetizou. Cunha não tem dúvida de que as eleições que se aproximam, a de outubro, consistirá em um plebiscito. Restituído de seus direitos políticos – após a cassação em 2016 – Cunha anunciou que é pré-candidato a deputado federal por São Paulo e estará na sigla do PTB. O PTB é uma das frentes auxiliares à chapa liderada por Tarcísio de Freitas, do Republicanos, que lança no sábado sua candidatura ao governo paulista. Hoje o PTB é bem próximo ao presidente Bolsonaro.
“Teremos dois modelos em disputa: o de Jair Bolsonaro e o de Lula. A polarização ocorre no Brasil desde a eleição de Fernando Collor. Collor representava a direita e Lula, que ocupou o espaço que era do ex-governador Brizola, a esquerda”, resumiu. Eduardo Cunha, quando esteve na Câmara dos Deputados, legislou ao lado do então deputado federal pela região de Marília, o empresário Walter Ihoshi, do PSD. “Quando presidi a Câmara dos Deputados, Ihoshi era suplente, contudo, depois assumiu o mandato. Recentemente, o encontrei casualmente em São Paulo”, disse.
Em seu primeiro mandato de deputado federal, Cunha fazia oposição ao então presidente Lula e, por aqueles anos, o Partido dos Trabalhadores – que sempre liderava o bloco oposicionista – havia passado para a situação. “O então deputado federal José Genoíno, do PT, era o regimentalista, dominando muito o rito interno. Muitas vezes, a bancada do PT na oposição, obstruía a pauta das votações. Quando me elegi deputado federal pelo Rio de Janeiro, não tínhamos no bloco da oposição ao governo federal quem fosse regimentalista. Sendo assim, passei a estudar o regimento e ampliar os meus conhecimentos, do mesmo modo que havia feito quando passei pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo”, relembrou.
Eduardo Cunha recorda que quando passou pela Comissão de Justiça e Redação da Câmara dos Deputados, que concentra líderes com grande peso político, os embates eram renhidos. “Posso dizer que ali começou a minha preparação para a presidência da Câmara dos Deputados”, disse. Quando esteve na presidência, Cunha declarou a abertura do processo que resultou no afastamento – mas não nas perdas dos direitos políticos – da presidente Dilma Rousseff. Todo o bastidor deste período está no livro ‘Tchau, querida’, escrito pelo ex-deputado federal e lançado pela Matrix. O livro custa R$ 99,00 e tem mais de 800 páginas, incluindo fotografias da época.